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Solar dos Castros

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É neste edifício que está atualmente instalada a Biblioteca Municipal de Vila Nova de Cerveira.

O Solar dos Castros foi originalmente construído nas primeiras décadas do século XVII. Em 1640, durante as Guerras da Restauração travadas entre Portugal e Espanha, foi incendiado e saqueado, tendo-se inclusive perdido parte do arquivo.

O Solar dos Castros adquiriu o seu aspeto atual no século XVIII, depois das obras de reconstrução. Na fachada principal, ao centro, podemos ver o símbolo heráldico, já de feição barroca, dos Castros, uma família nobre da Vila de Cerveira.

Solar urbano com dois pisos em estilo neoclássico, possui um jardim de tipo francês no lado sul.

O Solar foi adquirido pelo Estado Português em 1972. Entre 1997 e 2001, o edifício foi remodelado com vista a acolher a Biblioteca Municipal, na sequência da assinatura de um Auto de Cessão entre a Direcção-Geral do Património do Estado e a Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, de acordo com o qual o edifício foi destinado à instalação da Biblioteca Municipal de Vila Nova de Cerveira.

Sobre as raízes familiares do Solar dos Castros, conta-nos o Conde de Almada na sua obra A Caminho de Santiago: roteiro do peregrino, o seguinte:

“A família Castro e Lemos (Conde do Côvo), sua antiga proprietária, tem as suas armas representadas na fachada principal. A propriedade fazia parte do vínculo instituído a 11 de Março de 1625, em S. Mamede de Paradela, do antigo concelho de Facha (hoje Ponte de Lima), por António da Fonseca Azevedo e sua mulher Maria Mendes de Carvalho.

Foi Pascoal de Castro Pereira que mandou construir esta casa (IPA – DGEMN), mas a sua actual magnificência deve-se, provavelmente ao seu trineto e sucessor, António Carlos de Castro, filho do já referido Sebastião de Castro Caldas. Este António de Carlos de Castro, que foi como seu pai comissário-geral de Cavalaria, foi ainda governador de Armas do Minho e da Beira, ocupando muitas e destacadas funções. Casou a 11.5.1714 em Lisboa com D. Joana Luiza de Noronha de Souza de Menezes, filha dos 8ºs Senhores donatários da Trofa (Vouga). (M. Abranches de Soveral, 1998) Seu filho sucessor, Sebastião Castro e Lemos, foi coronel de Infantaria, Governador militar de Caminha (1785), sargento-mor do Castelo de Viana (1785), alcaide-mor de Melgaço, etc., e casou em 1737 com a sua prima-direita D. Maria Madalena de Magalhães de Lemos e Menezes, herdeira da Quinta do Côvo, em S. Pedro de Vila Chã de S. Roque (Oliveira de Azeméis), com descendência hoje representada pelos condes de Côvo. (M. Abranches de Soveral, 1998)

Após o desaparecimento, no séc. XIX, da lei dos morgadios, a casa ficou para uma irmã do Conde do Côvo, D. Maria Isabel de Castro Lemos, casada em 1840 com D. Manuel Telles da Gama, 1º Conde de Cascais, que a vendeu a José Augusto Pereira Pinto Maldonado. Seus cunhados ainda tentaram interceder na venda, mas sem o conseguirem. Após a morte do seu novo proprietário, a viúva, perante o desinteresse dos seus sobrinhos e herdeiros por este património”, terá vendido o edifício ao Estado Português.

Relativamente à posse por parte do Estado Português do Solar dos Castros, dispomos da informação publicada na edição “Adaptação a Centro Cultural do Solar dos Castros: Vila Nova de Cerveira” do Património Arquitetónico Nacional, 1984, com a seguinte descrição de Cassiano Barbosa: “Em 1972 a DGEMN [Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais] promoveu a sua aquisição e em 1974 efetuou-se a sua classificação como imóvel de interesse público (Decreto n.º 735/74, de 21 de Dezembro, tendo ainda sido decidido que no edifício fosse instalado um Centro Cultural cuja manutenção ficaria a cargo da autarquia local.

A Direção de Serviços Regional de Monumentos do Norte foi encarregada do estudo de adaptação do edifício tendo elaborado um projeto que deu satisfação ao programa proposto e que teve em conta a adequação da construção existente e preservando todos os elementos arquitetónicos que motivaram a sua classificação.”

 

Bibliografia